ESTRUTURA MÉDIA DA TEMPERATURA DA ATMOSFERA
A distribuição de temperatura na atmosfera é de fundamental importância para definir o estado termodinâmico e, ultimamente, a estrutura do vento na atmosfera. As distribuições de temperatura média à superfície são mostradas nas figuras I(a) e I(b) para janeiro e Julho que representa os extremos sazonais.
Figura I(a). Distribuição horizontal da temperatura do ar em superfície (em °C) para Janeiro baseada nas análises de Oort (1983).
Como esperado da distribuição da radiação solar absorvida, as altas temperaturas são encontradas nas regiões intertropicais onde as grandes quantidades de radiação solar são recebidas durante o decorrer do ano. Nas regiões equatoriais, os gradientes de temperatura meridional são muito pequenos devido aos pequenos gradientes na insolação. As baixas temperaturas ocorrem sobre as regiões polares de mínima insolação anual. As isotermas estão muito mais uniformes zonalmente no Hemisfério Sul associadas com a predominância de oceanos sobre os continentes.
Encontramos um forte gradiente de temperatura equador para os polos atingindo altos valores sobre os continentes do Hemisfério Norte durante o inverno. Os efeitos das correntes oceânicas quentes e frias são também evidentes nos mapas. Notamos que os gradientes horizontais de temperatura mais íngremes são encontrados em médias latitudes. A influência da distribuição terra-mar, a natureza da superfície dos continentes, e a superfície topográfica são todas evidentes na configuração das isotermas médias assim como nos fortes gradientes perto das costas e regiões montanhosas, tais quais as Montanhas Rocky, o Platô Tibetano, os Andes e a Antártica. As regiões mais frias são encontradas sobre as partes norte dos continentes no Hemisfério Norte durante o inverno (nordeste da Sibéria e Canadá) e sobre a Antártica.
Figura I(b). Distribuição horizontal para a temperatura do ar em superfície (em °C) para Julho baseada nas análises de Oort (1983).
A variação anual de temperatura é um importante aspecto do clima, pois destaca os contrastes terra-mar. A diferença no mapa de temperatura Janeiro menos Julho mostrada na figura 7.4(c) é uma boa medida da variação anual. Na zona equatorial os valores são muito pequenos, pois a irradiação solar não muda substancialmente no decorrer do ano. As flutuações são também relativamente pequenas para os grandes corpos de água dos oceanos devido ao alto valore do calor específico e a forte mistura na camada superficial do oceano, conduzindo a uma grande inércia termal dos oceanos. Valores extremos (negativos no Hemisfério Norte e positivos no Hemisfério Sul) ocorrem sobre todos continentes os quais se tornam alternativamente quentes no verão e frios no inverno. Os baixos valores são encontrados na Sibéria central ( - 50°C) e norte do Canadá ( - 40°C). Um outro local extremo ( ΔT = -20°C) é encontrado sobre o Sahara. No Hemisferio Sul, os valores extremos são muito menores (10 – 15°C), e são observados sobre as partes sul dos continentes. As regiões polares estão sujeitas a flutuações da ordem de 30°C.
